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Arquitetos: Felipe Carolo Arquitetura e Restauro
- Área: 72 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:MCA Estúdio

Descrição enviada pela equipe de projeto. Em sua primeira participação na CASACOR São Paulo 2025, o arquiteto Felipe Carolo apresenta o "Estúdio Theodoro", uma morada de 72 m² que traduz o tema da 38ª edição da mostra, "Semear Sonhos", em uma experiência lúdica e repleta de simbolismos. O ambiente, dividido em três núcleos — sonhar, construir e realizar —, será exibido entre 27 de maio e 3 de agosto, no Parque da Água Branca, em São Paulo, conectando referências afetivas, históricas e artísticas à linguagem racional e emocional do design modernista. O nome "Theodoro", homenagem ao cão de Carolo, simboliza o vínculo emocional que costura toda a narrativa do projeto.

A proposta do ambiente segue os princípios da Bauhaus, escola que defendia a união entre arte, formas puras, artesanato, funcionalidade, e os ideais do modernismo brasileiro, que buscava integração com a natureza e o resgate de uma identidade cultural autêntica. Todo o projeto é composto por pórticos arredondados, onde as curvas são um convite à fluidez da narrativa construída.

O percurso começa pelo núcleo sonhar, onde os primeiros passos para construir e realizar são planejados. Logo na entrada, o visitante é recebido por um home-office com forte presença modernista. O tapete, desenhado em colaboração com a Punto e Filo, combina tons terrosos e formas geométricas, elementos típicos da Bauhaus, reforçando uma estética atemporal. A composição se completa com um jardim de inverno que se integra ao living, onde cortinas fluidas emolduram as janelas originais do edifício e uma estante central expõe objetos afetivos, resultado de uma cuidadosa curadoria.

Já o living homenageia os anos 1970, uma década que inspirou a paleta de cores e o mobiliário do ambiente. Os tons de verde, amarelo, marrom e azul remetem ao clima do filme "Ainda Estou Aqui", resgatando uma estética afetiva. O sofá Mantas em camurça cinza esverdeado por Joaquim Tenreiro, da Etel, os pórticos arredondados revestidos em Formica®, no padrão Ovo Top Matte, a poltrona PK 22 de Poul Kjærholm da Fritz Hansen, representado pela Atec e os objetos de design reforçam a ideia de um estilo de vida descomplicado e acolhedor. Ao lado do sofá, uma obra de Higo José, da Galeria Estação, continua o conceito estabelecido e homenageia os povos originários. Cada peça foi escolhida com atenção aos detalhes, com o propósito de contar uma história e dar sentido ao espaço.

Na sequência, a cozinha e a área de jantar seguem o mesmo conceito do restante do projeto. A bancada se destaca ao emoldurar a grande janela, conectando a marcenaria em tom Avelã, também da Formica®, às obras de arte que acompanham a paleta de cores e a linguagem visual do ambiente, assim o bloco conhecido como construir ganha vida, costurando um dos conceitos principais do projeto. A mesa produzida pela artesã Rossana Gobbi do Atelie Azzurro, acompanhada das Cadeira Palhinha do Branco e Preto e Cadeira Cesca com braço, junto ao banco Eames Walnut Stool, foi pensada para criar um espaço acolhedor, que convida à permanência e estimula o convívio de forma leve e agradável. Ao lado da mesa de jantar e descentralizado, uma luminária escultórica da Patricia Faragone, harmoniza com os lustres e a paleta de cores alaranjada dos anos 70, que conecta todos os ambientes com a linguagem única da arte e requinte.


Finalizando o percurso, o visitante encontra o bloco realizar, lugar onde os sonhos repousam e, enfim, se concretizam. Uma suíte para silenciar os pensamentos e permitir que novas ideias tomem forma, ela apresenta um olhar mais refinado e equilibrado. A cabeceira de cama toda revestida em Formica® Steel Grey, trazendo um brilho e textura característica do metal. O lustre da Bomma, representado pela FAS e o tapete seguem a mesma paleta de tons terrosos usada no living, criando uma atmosfera de continuidade e acolhimento.

Quadros com aquarelas orgânicas, por Antonio Ferreira Junior, reforçam o estilo minimalista e curvilíneo, enquanto uma divisória com referência aos muxarabis, reinterpretada com perfurações circulares que filtram a luz e sugerem permeabilidade visual separa o quarto do banheiro com leveza e delicadeza.

No banheiro, uma banheira de inspiração retrô, e sob ela uma escultura, o Móbile da Maciço Mobile, que faz a arte presente até em momentos de relaxamento absoluto, seguimos também por espelhos com ar nostálgico e uma bancada com jardim integrado trazem a presença do verde de forma elegante, preservando a linguagem sensível e sofisticada que permeia todo o ambiente.
